Usada antigamente nos festejos rurais, como João do Mato, jongo, Calango e em rodas de cantoria
Rodinei Rochedo Puri 🪶
Causos, história, Cultura popular, folclore e educação
sábado, abril 29, 2023
Viola de Taquara
Usada antigamente nos festejos rurais, como João do Mato, jongo, Calango e em rodas de cantoria
domingo, agosto 07, 2022
sábado, agosto 06, 2022
PURI - RESGATE DA HISTORIA -
por Rodnei Ribas
-DE ONDE VIERAM:
Um
breve resumo da historias dos índios PURI da região do Brigadeiro.
Esses
eram hábeis pescadores que viviam originalmente no Litoral do Espírito Santo e
Rio de Janeiro. No entanto, tiveram que se adaptar às regiões montanhosas a
partir de 1500 em consequência da chegada dos Portugueses, e a consequente
escravização, algo que os Puris não suportavam, comum em todas as tribos.
Foi então que se viram forçados a se acuar pelo interior do Brasil. Em
uma dessas imersões chegaram à região da Serra do Brigadeiro, um dos seus
últimos redutos, antes denominada Serra dos Arrepiados. Ou Serra dos Índios
Arrepiados.
Encurralados pelos europeus e por algumas tribos indígenas mais selvagens
como os Boruns, mais conhecidos por Botocudos ou Aymorés, dominantes do Vale do Rio Doce. A única opção de
sobrevivência foi mesmo se adaptar às matas fechadas e ao frio da Serra dos
Arrepiados, nome esse dado em referência aos Puris.
Com
a descoberta de ouro nessa região, a partir de 1780, os Puris foram obrigados a
conviver com os Europeus, contato esse, que aos poucos foi levando ao
extermínio da maioria deles, que se deram porte, aprisionamento, e consequente
escravização. Muitos resistiram mais sua
aculturação foi eminente e necessária, aos olhos do homem branco. Até a pouco,
por volta do inicio de 1900 existiam Puris aldeados nas cabeceiras de serra e
em locais de difícil acesso, mantinham-se boa parte de sua cultura e costumes,
alguns destes ainda preservados por famílias, que a priori, se dizem
descendentes dos indígenas.
Porem
desse período em diante, o processo de extermínio ocorreu de uma forma abrupta,
não mais com a morte, mais com a i posição da “cultura branca” e a negação de
suas raízes.
Até
pouco tempo julgava-se extinta a cultura e o povo PURI, porém, mais
recentemente, tem-se notícia da existência de inúmeros descendentes que guardam
a língua, a história, os costumes e outros saberes, além de marcarem presença
no folclore e no imaginário religioso.
- ADEREÇO E ARTESANATO
Faziam suas cestarias de
embira, casca de arvores, cipós. As urnas e vasilhames de argila tinha o habito
de usar um apito feito do rabo de tatu, seus arcos eram feitos da palmeira
“urucanga”.
Os Puris como tantos, usavam
colares, feitos com dentes de animais e penas, tinha o habito também de pintar
o corpo, porem, segundo pesquisas, não eram tão vaidosos nos ornamentos e
enfeites, por causa de seu modo de vida nômade.
- HABITAÇÃO
Por ser habitualmente, nômades,
não possuíam moradias bem estruturadas, exploravam habitações naturais, como
cavernas, locas de pedras, como faziam era cabanas simples, usando folhas de
palmeiras e cipós, tinha um costume de dormir nas cinzas das fogueiras.
- FERRAMENTAS E MATERIAIS
UTILIZADOS NAS CONSTRUÇÕES
Ferramenta mais comum era as
machadinhas, feitas com pedras, seu arco e flecha eram peculiares, maiores que
dos outros índios e também bastante resistentes e fortes, de forma que não era
qualquer um que conseguia armar um arco puri.
- ALIMENTAÇÃO HABITUAL, FORMAS
DE ORGANIZAÇÃO, DIVISÃO DO TRABALHO.
Viviam basicamente da caça,
pesca e coleta de frutos, não tinham o hábito de cultivar, com o passar do
tempo foram se adaptando à agricultura. Hoje muito das ervas medicinais, são
heranças dos puris.
Comum entre os puris era o fato
de o caçador não poder comer do animal que ele capturou.
Um costume entre dos puris eram
o rito de passagem, do jovem para a vida adulta. Suas crianças e adolescentes
treinavam trançando cipó, pois o puri era excelente corredor se embrenhava
facilmente pela mata, e esse costume auxiliava no desenvolvimento dessa
habilidade.
Os puris em aldeias tinha seu
cacique, seu pajé, normalmente as mulheres cuidavam do preparo da comida e os
homens da caça.
Os velhos eram abandonados no
meio da viagem para morrerem, sozinhos, deixavam comidas e suplementos.
-INSTRUMENTOS MEDICINAIS, PLANTAS MEDICINAIS E A RELIGIÃO.
No campo da medicina nativa e
do sagrado os índios tem muito a nos ensinar. Eles tem a terra, as plantas, os
animais como sagrado, cultuam e veneram a
natureza.
O planeta terra foi preparado com
muito carinho para o homem habitar, cada planta, cada animal foi pensando e criado
com um proposito, que o homem também faz parte da natureza.
A religiosidade e a crença puri
eram muito fortes, conheciam como ninguém as funções e atribuições
fitoterápicas de diversas plantas, como raízes, cascas e folhas, frutos,
sementes das mais variadas plantas nativa. Sabiam extrair óleos de animais,
como o óleo de Anta, óleo da Cutia, entre outros; e usavam para tratar diversos
males físicos, emocionais e espirituais.
Tinham como costume banhar toda
criança recém-nascida com sangue de tatu, usando casco do tatu. Esse banho
protegiam de males espirituais e físicos.
Os elementos da natureza , como
o ar, a agua, a terra e o fogo eram
sagrados para os índios. Muitos rituais envolviam o fogo e a agua. Como o
costume de aquecer uma pedra com fogo, deixavam a pessoa que ia ser tratada bem
próxima dessa pedra e, em roda de cantos, eles iam jogando agua aos poucos na
pedra, o vapor que era produzido envolvia o doente, esse vapor tratava e
curava.
Para os índios também, o tabaco
era uma erva sagrada, entre eles, não se
tinha o costume de tragar a fumaça, e nem tão pouco, usavam o cachimbo de forma
recreativa, o fumo era para rituais sagrados. pois são seus anseios, pedidos e
clamor que sobem ao trono de Deus (o grande espirito) em forma de fumaça.
Os índios tinham como deuses o
sol e a lua, Tupã e Phetara. A terra
como mãe era sagrada, respeitavam e cuidavam de cada animal, não matavam se não
fosse para seu uso e sustento, acreditavam em espíritos da floresta, eram
temidos pelas outras tribos, pela sua espiritualidade. Tanto que em nosso folclore (sabido por
poucos), a existência da figura do “Caboclo da Mata”, segundo relatos, esse ser
habita e protege cada porção de mata existente em nossa região. Alguns moradores da comunidade da Pedra
Redonda (em 2003) deram seus depoimentos dando conta da veracidade desse ser, que
já ouviram o som e o barulho dele vagando pela mata em torno da pedra
Redonda. De acordo com os costumes entre
os índios e seus descendentes era de praxe ao adentrar pela mata, pedir licença
ao Caboclo da Mata, e ainda, pedir permissão para matar uma caça ou retirar uma
madeira.
ALGUNS CAUSOS ANTIGOS
Alguns causos como a “morte do Purizinho”, um relato
de um morador da Cidade de Rosário da limeira, registrado e recontado por mim (Rodnei
Ribas) link HTTPS://www.tiktok.com/@rodinei_ribas/video/7116889953803554054?is_copy_url=1&is_from_webapp=v1;
Causo de um
caçador, andando pela mata e que encontrou com um grupo de puri, subiu às
pressas numa arvore e deixou sua arma no chão, os índios não o viram, mais
encontraram arma, curiosos e não sabendo do que se trata, um puri acabou por matar
outro - caso contado pelo Sr. Genésio /
Pedra Bonita https://www.tiktok.com/@rodinei_ribas/video/7128907832778345733
O causo do
caboclo da mata.